PEDRO LISBOA
Em pequeno viu como se liderava grupos em expedições nas viagens do pai. E viajar nunca mais foi a mesma coisa. Hoje, lidera grupos para lugares como a Namíbia, Estados Unidos, Quirguistão e Marrocos. Está sempre à procura da história que cada expedição pretende contar.
É a viajar que me sinto mais próximo das memórias da minha infância. Para onde quer que as aventuras me levem, seja para perto ou para longe de casa, acabo sempre por viajar no tempo. Posso estar nos Estados Unidos, ou na Namíbia, que acabo sempre por me encontrar a correr pelos campos verdes dos Picos de Europa ou a deixar-me cair e rebolar nas dunas do sahara, em Marrocos, as minhas primeiras grandes viagens.
A natureza da palavra viajar alterou-se, para mim, muito fruto dessas primeiras aventuras por onde os meus pais nos levavam, a mim e ao meu irmão. Qualquer viagem que fizéssemos era uma grande viagem. Todos os dias eram diferentes. Os hotéis ou albergues eram diferentes. A paisagem mudava constantemente. Os sabores e as cores das refeições mudavam. Então desde cedo fui condicionado a ver a viagem para além de um passeio até ao campo, ou a uma capital europeia durante um fim-de-semana.
Porém, fazer das viagens um trabalho, não estava nos meus planos, apesar do exemplo que tinha de casa, o do meu pai - por esta hora já devem ter percebido a semelhança do apelido com o do fundador da Landventure.
Trabalhei numa caixa de supermercado enquanto estudava para seguir uma carreira no jornalismo e, quando isso não deu certo, trabalhei na cozinha do Mulligan's, um pub irlandês e o melhor bar da cidade de Leiria.
Gosto das histórias que se lêem e das que se contam, mas as que valem mesmo a pena são aquelas que se criam durante as viagens. Gosto que se fale de comida enquanto se come como também que se fale de viagens enquanto se viaja.
No fim de 2018, e após os caminhos que fiz, surgiu a oportunidade de poder trabalhar com o meu pai na Landventure, o lugar onde praticamente cresci, e desde então dou a conhecer os lugares que me fazem regressar à infância e tento trazer as mesmas emoções, que sentia nestas viagens quando era pequeno, a todos aqueles que viajam comigo.
Vamos voltar a ser crianças?
Pedro Lisboa